
Tottenham vence o troféu

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Foi um autêntico balde de água fria para Ruben Amorim, o desfecho da final da presente edição da Liga Europa: na noite desta quarta-feira, o Manchester United perdeu (1-0) com o Tottenham e falhou a conquista da prova da UEFA. A derrota na final da competição não se traduz somente em fracasso no plano desportivo para os red devils, trazendo igualmente implicações sérias ao nível do planeamento do próximo mercado de transferências e de toda a temporada de 2025/26. Sem o acesso à Liga dos Campeões, que seria garantido em caso de triunfo na Liga Europa, o clube de Old Trafford perde não só prestígio competitivo, mas também uma importante fonte de receitas e, sobretudo, capacidade de atrair jogadores de topo para compor o plantel da próxima época.

Jogadores do Tottenham levantam o troféu da Liga Europa. Foto: IMAGO
A Champions é, para muitos futebolistas, o grande palco do futebol europeu por excelência. Não participar na próxima edição da prova pode afastar alguns dos alvos mais ambiciosos que Amorim tinha na mira, principalmente jogadores de créditos firmados e habituados a competir ao mais alto nível, mas também jovens com potencial que se querem mostrar ao mundo. Mesmo com o poderio financeiro associado à Premier League e ao próprio clube, o United terá de lidar com a concorrência feroz de clubes que poderão oferecer não só salários elevados, mas também exposição na Liga dos Campeões – e, em alguns casos, até a possibilidade de lutar pela conquista da competição.
A não qualificação para a Champions terá ainda um peso significativo nas finanças do emblema de Manchester. A perda de receitas provenientes da UEFA pode obrigar a uma maior contenção nos gastos ou até à venda de ativos valiosos, especialmente tendo em conta a vigilância apertada por parte do organismo que rege o futebol europeu relativamente às regras do fair-play financeiro. Isto pode significar um mercado mais complicado, focado em negócios de oportunidade, e com menos reforços de peso e nomes sonantes. A contratação de atletas oriundos de mercados menos inflacionados, como os de Portugal ou Países Baixos, entre outros, ao invés das principais ligas, poderá ganhar força.
A ausência da Champions pode também levar alguns dos jogadores do atual plantel a repensar o seu futuro. Atletas com ambições mais altas, como Bruno Fernandes ou Marcus Rashford, que até foi emprestado ao Aston Villa na segunda metade da presente temporada, podem tornar-se alvos de clubes que oferecem um projeto mais apetecível. A retenção destas peças será, por isso, outro dos grandes desafios de Amorim na reabertura do mercado de transferências.
O próximo verão será, assim, mais um grande teste ao trabalho de Amorim no Manchester United. A capacidade de atrair jogadores, de manter os líderes do balneário e de construir um plantel competitivo sem o trunfo da Liga dos Campeões dirá muito sobre a margem de manobra que o técnico português terá em Old Trafford daqui para a frente.

Ruben Amorim durante a final da Liga Europa. Foto: IMAGO
Uma época para esquecer
A temporada de 2024/25 está a virar um autêntico pesadelo para Amorim. Em novembro, e depois de vencer os primeiros 11 jogos da Liga Portuguesa com o Sporting, o treinador deixou os leões para abraçar o desafio do United, mas as coisas estiveram longe de correr como pretendia. Em 41 jogos no comando técnico dos red devils, somou apenas 16 vitórias, contabilizando oito empates e 17 derrotas. Foi eliminado da Taça da Liga nos quartos de final, aos pés do mesmo Tottenham que o vergou na final da Liga Europa, disse adeus à FA Cup na quinta eliminatória depois de ter sido derrotado pelo Fulham de Marco Silva e, no campeonato inglês, numa altura em que falta disputar apenas uma jornada, ocupa um dececionante 16.º posto, apenas duas posições acima dos lugares de descida ao segundo escalão, sendo que não vence um jogo na liga há mais de dois meses, depois de ter derrotado o Leicester a 16 de março. Na próxima época, não terá a Champions nem qualquer outra competição europeia para disputar. A vida não está fácil para Amorim em Manchester.
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