

Em meio aos questionamentos por falta de transparência e possível conflito de interesses do presidente Mário Bittencourt, a SAF do Fluminense tem um modelo pensado especificamente para o clube, que deverá ser apresentado na reunião do Conselho Deliberativo nesta segunda-feira, 14.
A premissa da diretoria encaminhada ao banco BTG, que foi ao mercado atrás de interessados na compra da SAF, é de um aporte feito por investidores com vínculo afetivo com o Fluminense. Não há interesse inicial em trazer nomes no mercado para controlarem o futebol sem essa característica.
O argumento a favor desse modelo é que o vínculo afetivo de tricolores abastados seria importante para que os ganhos financeiros não viessem em primeiro lugar, mas sim as conquistas. A paciência do investidor com essa característica tenderia a ser maior se no início o negócio não desse lucro.
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Um exemplo claro no Fluminense é a necessidade de vender jogadores para que o clube trabalhe no “azul”. Com investidores emocionalmente atrelados à instituição, essa tentação seria menor, o que aumentaria as chances de um retorno esportivo em menor prazo.
Na conta do Fluminense, a SAF faria com o que o clube fosse no mínimo o sexto maior investimento no futebol brasileiro, com pagamento da dívida do clube em paralelo – hoje o valor estimado é de R$ 800 milhões. Nesse cenário, o aporte inicial no futebol seria relevante.
No caso de títulos, o clube já tem um estudo que mostra que as receitas com sócio-torcedor dariam um salto, o que satisfaria esse desejo dos investidores por um retorno financeiro no curto prazo. O mesmo vale para a venda de jogadores por um preço mais alto em equipes vencedoras.
Quem conduziria esse processo e quem são os potenciais compradores
Com um investidor que garantisse maior tranquilidade para o clube lidar com sua dívida, o Fluminense operaria o futebol de maneira semelhante a atual, mas com um nível maior de investimentos. Nesse contexto, o modelo de SAF passa pela presença de um CEO no dia a dia.
Mesmo com um cenário em que vários cotistas estariam dentro do clube, não há temor por disputas entre esses investidores, pois em princípio um estaria ancorando o maior aporte do total de 60% da SAF que seria vendido. E a SAF teria, como as demais, um Conselho de Administração.
Ou seja, a diversidade de investidores não faria com que todos “apitassem” da mesma forma no dia a dia, e todos se concentrariam na condução do CEO. Neste caso, Mario Bittencourt. O presidente do Fluminense está aberto ao cargo, mas afirma que são os investidores que escolherão o nome.
Os investidores em si não estão definidos, nem propostas concretas foram acusadas pelo Fluminense. Mas as conversas com o BTG passam pela possibilidade de o dono do banco, André Esteves, que é torcedor do Fluminense, ser um dos acionistas majoritários como pessoa física. Ele nega.
No passado recente, também houve conversas com a XP sobre a SAF, e um dos donos da empresa de investimentos, Guilherme Benchimol, outro tricolor abastado, foi visto como potencial nome para ser um dos cotistas abastados do Fluminense. O clube entende que se pulverizar as ações, as chances de qualquer tipo de problema no futuro são menores.
Quanto custaria a SAF
O valor da venda da SAF chegaria a R$ 850 milhões, com um aporte de R$ 270 milhões já neste ano. E o restante em duas parcelas, uma (maior) em 2026 e a segunda em 2027. A SAF compraria, por essa proposta, 60% do departamento de futebol do Fluminense.
A ideia é que Mario Bittencourt assine com a SAF um contrato de cinco anos (renováveis por mais cinco anos) em que receberia um salário mensal e mais um bônus anual a depender do desempenho do time. Se a SAF quiser romper o contrato antes desse prazo, terá que pagar os meses restantes.
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