Ministro da Segurança do Chile revela que policial tratado como ‘acusado’ por mortes na Libertadores está afastado do cargo

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O promotor Francisco Morales explicou que a causa da morte dos adolescentes ainda está sendo determinada pela perícia, bem como a participação dos Carabineros, a polícia local. O policial que dirigia a viatura que lançou o gás lacrimogêneo, hipótese trabalhada pela investigação como possível causa da correria, teve a identidade preservada pelas autoridades.

— Houve uma correria que provocou a queda de um portão, e, neste momento, está sendo investigado se algum veículo policial teve participação nas mortes. O que se sabe até agora é que um dos portões caiu sobre os dois jovens, com um peso adicional que pode ser atribuído a diferentes causas — todas estão sendo investigadas como possíveis hipóteses de trabalho. A pessoa que conduzia o carro, no momento, tem a condição de acusado, embora ainda não tenha sido detida, pois não há, até o momento, causa legal que autorize a prisão — explicou.

No cargo desde o dia 1º deste mês, Cordero falou à imprensa após a manifestação da Fiscalía, órgão chileno equivalente ao Ministério Público, acrescentou que o policial está afastado de suas funções.

— O policial envolvido está na condição de acusado e se encontra à disposição do Ministério Público, aguardando a realização das perícias. Por enquanto, ele está afastado de suas funções operacionais e assim permanecerá — afirmou Cordero.

O Ministro comentou o pronunciamento da Associação de Futebol do Chile (ANFP), que aproveitou o momento para cobrar que o Cadastro Nacional dos Torcedores vire lei, alegando que “não podemos esperar mais”. Desde 2023, a entidade deu início a um processo, atualmente voluntário, de cadastro das informações pessoais dos torcedores, bem como a biometria facial, para otimizar a entrada nos estádios. Cordero afirmou que a ANFP estava sendo “oportunista” e criticou a ineficiência para controlar a situação, o que obrigou os órgãos estatais a entrarem em ação.

— A ANFP não pode recorrer ao cadastro de torcedores sempre que se exime de sua responsabilidade. Ela deve atuar como organizadora de espetáculos esportivos e cobrar dos clubes. Essa declaração me parece oportunista. Os fatos ocorreram do lado de fora do estádio. No local, estava sendo realizada a perícia determinada pelo Ministério Público. Nenhuma dessas medidas é tomada de forma improvisada. Como os organizadores adotaram uma postura passiva, o Executivo tomou as decisões.

As duras críticas também se voltaram para as torcidas organizadas. O recém-empossado ministro deixou claro que os grupos poderão ser tratados como “organizações criminosas” pelo governo.

— O futebol é um espetáculo. É um espaço de encontro, que deveria ser de diversão, e não de confrontos e brigas. A imagem do país é prejudicada, assim como a forma como entendemos essa atividade. O Executivo não terá qualquer hesitação em tratar as torcidas organizadas que praticam esse tipo de ação, sob o pretexto de apoio (aos clubes), como organizações criminosas — afirmou.