
Bianca Gama, pesquisadora e empresária especialista em tecnologia e inovação no esporte, foi selecionada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para integrar o Tech365 Explore, um think tank que impulsiona o uso de tecnologias emergentes para acelerar o impacto do esporte no desenvolvimento sustentável. Ao longo do ano, Bianca trocará experiências com outros 24 inovadores globais para explorar soluções que beneficiem pessoas, comunidades e o meio ambiente.
Entre os projetos selecionados para o Tech365 Explore destacam-se também iniciativas de países como Japão, Estados Unidos, Reino Unido e África do Sul.
Bianca é a idealizadora do eMuseu, uma plataforma de criação de museus virtuais que combina gamificação, realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e inteligência artificial (IA). Uma parte deste projeto é uma carreta museu, que tem como meta rodar o Brasil e contar a história do esporte brasileiro por meio de interação tecnológica.
Até o momento, a carreta circulou pelos quatro Estados da região Sudeste, em 35 cidades. Em novembro estará no Pará, para a COP30, uma vez que a sustentabilidade também é contemplada no projeto.
— Temos uma pegada grande de sustentabilidade. Os simuladores geram energia, incentivamos o uso de materiais recicláveis e recentemente entregamos kits de material esportivos, como camas elásticas, feitas de pneus, para disseminar o esporte nas escolas — conta Bianca, cujo sonho é a troca da carreta a diesel pela elétrica. — Dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, a gente entrega 12, sendo os quatro de sustentabilidade. Não é só um projeto tecnológico, não é só um projeto de esporte, é hub de atividades.

Lançado em 2019, o eMuseu ganhou a primeira carreta em 2021. Esta é a quinta edição da carreta, que tem 17 metros de comprimento por 6 metros de profundidade. Dentro há cerca de 15 atividades, vários simuladores como o de ski, surfe e skate, passeios virtuais, holograma de atletas (dá para tirar foto com eles), medalhas em 3D, e também acervos físicos. As coleções de tochas e mascotes fazem sucesso.
— Acho que a razão pela qual fomos selecionados para integrar o Tech365 Explore, foi porque somos um projeto 365 graus. As experiências que desenvolvemos na carreta chamam a atenção — opina Bianca, também coordenadora do Laboratório de Avaliação, Tecnologia Social e Inovação (Latesi/UERJ) e professora na UERJ na graduação na área de inovação e empreendedorismo — O COI estava buscando empresas responsáveis por projetos tecnológicos que conectasse o esporte a essas tecnologias. Então, submetemos uma proposta e dentre várias, 25 foram selecionadas para participar do comitê tecnológico. Sou a única brasileira. Temos reuniões mensais nas quais estamos criando um documento que direciona o caminho, o uso da tecnologia, para melhor experiência do usuário.
Segundo ela, o COI não tem um museu virtual, apesar de ter em sua sede, em Lausanne, na Suíça, um museu físico moderno e interativo.
— O COI está buscando como se posicionar frente as próximas décadas, tecnologicamente falando. Claro que a gente já tem iniciativas para fazer museus internacionais, estamos falando com o museu de Atenas e o de Barcelona, para tours virtuais. É uma iniciativa nossa, do Brasil. E claro que a minha intenção é fazer o museu virtual do COI. O museu deles é muito especial, sempre bem atualizado e tecnológico. Mas poder visitar na palma da mão é muito especial também.

Bianca explica que o eMuseu usa tecnologia para fazer com que a experiência do usuário seja a de um protagonista. Ou seja, ele não é apenas um expectador: vivencia a experiência. Conta que além de criar um avatar com suas características físicas, o usuário pode experimentar uma modalidade. Em paralelo, professores são mobilizados a levar o assunto para as escolas, dando continuidade à experiência.
Com a realidade aumentada, por exemplo, é possível viajar para a sede de alguns dos Jogos Olímpicos e conhecer seus pontos turísticos, sem pagar ingresso nem sair do lugar. No caso da última edição, em Paris-2024, o usuário sobe na Torre Eiffel. Há várias museus virtuais no o site do eMuseu, além de temáticas relacionadas aos Jogos Olímpicos.
De olho em LA-2028, quando o programa esportivo terá cinco novas modalidades, Bianca e sua equipe já preparam atualizações. O beisebol/softbol e o críquete deverão fazer parte do museu.
— É importante acompanhar o que tem de mais novo. O trabalho de acervo é contínuo — comenta Bianca que tem em média 300 atendimento por dia, quando a carreta está em atividade. — Infelizmente não conseguimos ir a todos os lugares com a carreta. Por isso temos a carreta virtual. A experiência que se tem na carreta, também pode ser feita remotamente de qualquer lugar do mundo.

De acordo com ela, o total de atendimentos da carreta chega a 2 mil pessoas em cerca de seis dias de evento. E a cada edição em uma cidade, esse número de visitas dobra virtualmente.
O Tech365 Explore faz parte do Olympism365 Innovation Hub, uma colaboração entre o COI, Beyond Sport e Women Win, que apoia inovações esportivas com impacto social positivo ao redor do mundo.
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