

No Rio de Janeiro, em São Paulo ou até no México, John Kennedy não passa despercebido. Seja pela personalidade forte, que o levou a protagonizar episódios polêmicos na carreira, seja pelo jeito irreverente, que gera identificação com os torcedores. Ou, claro, pelos gols decisivos, responsáveis pela idolatria no Fluminense após o título da Libertadores de 2023 e pelo status de xodó do Pachuca, clube que defende na Liga MX.
Emprestado pelo tricolor ao clube mexicano até o fim do ano e com opção de compra fixada em 6 milhões de dólares (aproximadamente R$ 34,8 milhões), JK está novamente em alta. Depois de marcar apenas três gols em 34 partidas pelo Flu no ano passado, quando deixou de ser usado pelo técnico Mano Menezes, já balançou as redes nove vezes e deu uma assistência em 16 jogos pelo Pachuca. Apelidado de Presidente por ter o mesmo nome do político americano, o agora camisa 10 já se sente em casa no México.
— O povo é muito receptivo. A culinária é bem diferente da brasileira, mas estou gostando. Tem sido uma boa oportunidade para viver minha primeira experiência fora do Brasil, conhecer uma nova cultura e um novo futebol. Eu e minha esposa estamos fazendo aula de espanhol e inglês, e minha filha está na escola — conta o centroavante em entrevista ao GLOBO.
A família, aliás, está para crescer. Juntos desde o fim de 2021, John Kennedy, de 22 anos, e Viviane, de 21, esperam o segundo filho do casal. Eles já têm Vallentina (de 2), a caçula do atacante, que também é pai de Davi Lucas, de 4. A previsão é que o terceiro filho, cujo nome ainda não foi escolhido, nasça em agosto, no México.
Lugar na história
O bom momento dentro e fora de campo representa mais uma volta por cima de John Kennedy na carreira. Consagrado após as participações decisivas para o título inédito do Flu na Libertadores em 2023 — além do gol na final contra o Boca Juniors, balançou as redes em todas as fases do mata-mata —, o Urso não conseguiu repetir a dose em 2024. Foram diversos casos de indisciplina ao longo da temporada. A lista inclui faltas e atrasos aos treinamentos e até uma festa feita no hotel onde o elenco se concentrava.
— Isso é passado, não penso mais nisso. Sou um atleta que subi muito novo, tive dificuldades que podem acontecer, mas amadureci. O importante é que superei os momentos ruins e hoje estou muito bem e com foco nos meus objetivos daqui para frente — analisa JK.
Os tricolores também parecem ter virado a página. Até hoje são vistas camisas do Menino Rei, como é carinhosamente chamado, no Maracanã. No entanto, o reencontro entre fãs e ídolo pode demorar a acontecer. Com a ótima fase do atacante, é esperado que o Pachuca exerça a cláusula de compra ao término do contrato. John Kennedy, por sua vez, diz que “ainda está cedo” para pensar na possibilidade.
Em meio a incertezas, o atacante sabe que, mesmo que nunca retorne ao clube que o projetou para a América, tem um lugar na História:
— O Fluminense sempre vai ser minha casa. É um filme que começa com minha chegada a Xerém, marcando gols importantes e conquistando títulos na base, e passa por jogos memoráveis e, claro, o gol do título da Libertadores. Talvez eu só tenha a dimensão disso tudo daqui uns anos. O que posso dizer é que foram momentos de muita felicidade e que nunca vou me esquecer.
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