

Aos 33 anos, o atacante Dudu viu sua carreira dar reviravoltas inesperadas em poucos meses. Com um currículo invejável adquirido na última década — quatro títulos do Brasileirão, dois da Libertadores, um da Copa do Brasil, Mundial Sub-20 pela seleção brasileira, entre outros —, o jogador, que até o final de 2024 era cobiçado por diversos clubes, tornou-se persona non grata em dois gigantes do futebol brasileiro.
A crise começou em meados de 2024. Recuperado de séria lesão no joelho direito, que o deixou fora dos gramados por dez meses, Dudu se preparava para retornar aos jogos pelo Palmeiras, quando foi anunciado seu retorno ao Cruzeiro em junho do ano passado. O clube mineiro, que o revelou para o futebol profissional em 2009, via no atacante uma peça fundamental para reforçar o elenco. Um acordo foi fechado com os paulistas, e estava tudo certo para sua ida para a Toca da Raposa.
A proposta previa um contrato de quatro anos e salário compatível com a condição de ídolo. O atacante ganharia mais que R$ 2,5 milhões mensais, superando os R$ 2,1 milhões pagos pelo Palmeiras — seria o maior salário do futebol brasileiro naquele momento. Porém, todo mundo foi surpreendido com a decisão do atacante horas após o anúncio oficial. Dudu voltou atrás e declarou publicamente que preferia permanecer no clube paulista.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o jogador afirmou:
“Depois de pensar muito com minha família, decidi que ainda não é hora de sair do Palmeiras. Tenho muita coisa para conquistar aqui ainda”, disse.
A desistência foi vista pelo Cruzeiro como um desrespeito institucional. Em nota oficial, o clube retirou a proposta e afirmou que “valores como palavra, compromisso e lealdade são inegociáveis”. A torcida organizada Máfia Azul exigiu que o clube não tentasse contratar o jogador futuramente.
Permanência amarga no Palmeiras
A decisão de Dudu não repercutiu mal apenas em Belo Horizonte. Após o episódio, o atacante perdeu espaço no time de Abel Ferreira. Desde o seu retorno aos campos, o camisa 7 foi pouco utilizado pelo técnico português, participando de apenas 19 jogos, apenas quatro como titular, sem marcar gols ou dar assistências.
Internamente, membros da comissão técnica demonstraram insatisfação com a postura de Dudu, especialmente em relação à intensidade nos treinamentos. A diretoria, que tentou valorizar a permanência do atacante, passou a considerá-lo como negociável. O atacante, por sua vez, passou a ser relacionado com cada vez menos frequência para jogos decisivos.
Outra negociação com o Cruzeiro
Sem espaço no time, a relação azedou de vez. O atacante rescindiu com o Plameiras em dezembro e se despediu do clube com 12 títulos, 462 partidas, 88 gols marcados e 102 assistências. A saída do clube paulista não foi nada amigável. Dudu e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, trocaram farpas pelas redes sociais. A dirigente disse que o atacante saiu de lá “pela porta dos fundos”. O jogador afirmou em uma publicação o seguinte: “Minha história no Palmeiras foi gigante e sincera, diferentemente da sua”. Em outro momento, a chamou de “falsa”.
Apesar da desistência no meio do ano, o jogador e o Cruzeiro voltaram a negociar — desta vez com salários mais baixos —, e Dudu retornou ao time mineiro em janeiro deste ano. A volta do atacante foi recebida com certo entusiasmo pela torcida, ainda contrariada pela desistência do jogador seis meses antes. Logo, os desafios apareceram e as expectativas não correspondidas.
Ao ser apresentado, Dudu expressou gratidão pela oportunidade e prometeu empenho em campo. “Estarei sempre batalhando e lutando para honrar essa camisa da melhor maneira possível”, afirmou em mensagem divulgada pelo clube. Apesar disso, sua adaptação ao elenco e ao estilo de jogo do técnico Leonardo Jardim não foi boa.
Poucos meses depois da volta à casa, Dudu foi cobrada por sua postura dentro e fora de campo. Publicamente, ele reclamou por ter sido colocado no banco de reservas pelo treinador. Nos vestiários após o jogo a derrota para o Palestino, pela Sul-Americana, ele afirmou o seguinte: “Estou no clube para cumprir meu contrato, só quero saber do que tenho a receber”. As informações são do ge.
O comportamento do jogador foi considera inaceitável pelo técnico, que o afastou do time. Dudu não viajou para enfrentar o Vasco no fim de semana. Agora, a diretoria busca uma rescisão amigável com o atacante, que assinou contrato até 2027.
Porém, se deixar o Cruzeiro agora, Dudu ficaria sem atuar por um mês e meio. A janela de transferências no Brasil está fechada, e o atacante só poderia ser inscrito a partir de 10 de junho.
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