
Napoleão e Romeu, ambos de 7 anos, são pugs ativos, gostam de caminhar pelo menos duas vezes ao dia. “Obrigam” Kaciane Martins, de 51 anos, a se exercitar junto.
— Eu só faço exercício com eles mesmo… Tento começar na academia toda segunda-feira, mas essa segunda-feira nunca chega (risos) — brinca Kaciane, jornalista que tem uma agência de conteúdo digital especializada em pets.
Ela conta que os cachorros, cuja raça tem uma questão delicada com a respiração, por causa do nariz “achatado”, passaram por uma cirurgia para melhorar a respiração (rinoplastia). Por isso, não ficam ofegantes e são “ligados no 220 (volts)”. É preciso levá-los para a rua com frequência.
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Kaciane os considera como filhos. Assim, faz tudo o que pode para agradá-los. Disse que, quando criança, também teve cachorros. Mas eram criados no quintal. Napoleão e Romeu, não.
— Esses são meus filhos, dormem comigo na minha cama e têm tudo do bom e do melhor. Viajam comigo, ganham festa de aniversário… Sem contar as cercas de 3 mil peças de roupa. Mas, aviso aos haters, eu ganho a maioria das coisas (risos).
Napoleão e Romeu já têm programa especial para domingo. Estarão na 10.ª edição da Pet Run, a partir das 7h, no estacionamento do Shopping SP Market, na capital paulista. Essa será a 18.ª corrida dos pets.
— Napoleão gosta de ficar na barraca que dá ração; ele não quer sair de lá. E o Romeu prefere passear. Gosta de andar e ver os outros cachorros. Ele também curte ser fotografado e entra na foto dos outros. Têm perfis diferentes, mas ambos gostam das ativações, brincadeiras. No final das contas, a Pet Run é uma confraternização — declara Kaciane, natural da Bahia mas que mora em São Paulo desde os 18 anos.
Segundo a organizadora Fuse Eventos Esportivos, essa é a proposta mesmo. Alessandro Zonzini, CEO da empresa, assegura que este é o evento pet que reúne a maior comunidade brasileira de tutores e cães atletas.
Na última edição, em 2024, 1.300 duplas cruzaram a linha de chegada. Neste ano, são esperadas 1.500 duplas e mais de 5 mil pessoas na arena do evento.
São duas modalidades: às 8h30 acontecerá a Corrida Pet, voltada para as duplas (um tutor e um cachorro) que buscam desempenho. Às 9h15 parte a Cãominhada, para famílias inteiras com um cachorro ou um tutor com vários cães. Os que concluírem o percurso de 2 quilômetros receberão medalha de participação.
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O evento oferece pontos de hidratação para humanos e cães, staff especializado, incluindo uma equipe de animadores, e ambulatório veterinário. E assim como nas corridas tradicionais, a Pet Run tem arena com ações pós-prova. Tanto para os tutores quanto para os cachorros. Entre elas, massagem e pista de agility para ambos — a mesma pista com obstáculos para os cachorros será montada em versão proporcional para os humanos
Para os cachorros haverá ainda piscina de bolinha, brinquedos e ração para matar a fome. Para os humanos, tem uma feira especializada em produtos para os pets (claro), serviço de manicure, entre outros.
A regra é clara
Para que a corrida seja apenas uma celebração, as regras são claras: na Corrida Pet, somente uma pessoa estará com um cão. Na Cãominhada pode ter uma pessoa com vários cães ou várias pessoas com um cão. O uso de coleira/guia é obrigatório em todos os cães em ambas as categorias.
A Fuse informou ainda que cães das raças mastim napolitano, pit bull, rottweiller, american stafforshire terrier e raças derivadas ou variações devem usar coleira, guia curta de condução (máximo de 2 metros de comprimento), enforcador e focinheira, de acordo com a Lei nº11.531, de 11 de novembro de 2003 do Estado de São Paulo.
É proibido ainda qualquer tipo de violência com o cão ou outro participante e quem tem cão agressivo precisa garantir que ele não atacará outro cão ou participante. Para as cadelas no cio, também tem regra. É preciso que elas utilizem calcinha higiênica para cães. E as cadelas em gestação só poderão participar da Cãominhada e com autorização prévia de um médico veterinário.
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— A Fuse é pioneira no Brasil de corridas pets. De 2012 até aqui, organizamos cerca de 70 corridas pets e por incrível que pareça, eles se comportam muito bem. Cheiram, latem, mas não dá briga, nunca teve — garante Alessandro, que realiza essas corridas apenas no Estado de São Paulo — As pessoas conhecem as regras e são muito tranquilas. Os cachorros não ficam soltos na arena, todos usam coleira.
Alessandro conta que, quando trouxe a corrida para cachorro para o Brasil, foi chamado de louco. Lembra que em 2010, quando surgiu esta oportunidade, ele se juntou a uma amiga, que trabalhava com o mundo pet.
— Ela fazia casamento, festa, batizado e até velório para cachorro. Nos juntamos com veterinários e equipes especializadas e criamos a primeira corrida pet. Começamos com 600, na região de Alphaville e Barueri. — declara Alessandro. — Hoje somos copiados no Brasil todo. Sempre brinco que cachorro não vai ao evento sozinho. E nas nossas corridas, a gente vê famílias inteiras curtindo com seu pet.
Os patrocinadores da corrida vão desde marcas como Premier (ração), Cobasi (loja especializada em pets) e Vetnil (produtos veterinários), a Decathlon (vestuário esportivo), Arena Motors (rede de revendedora de carros) e Seven Boys (pães).
A Fuse terá outras três Pet Runs programadas para este ano, todas em São Paulo: 1.ª Pet Run no Grand Plaza Shopping de Santo André, em julho, 3ª Cãominhada do Parque da Cidade, em agosto, e a 5ª Pet Run Shopping Eldorado, em setembro. O valor da inscrição é R$ 60 (no primeiro lote), pelo site da Fuse (www.fuse.com.br).
Perguntado sobre corridas do gênero no Rio de Janeiro, o CEO disse que o perfil das suas corridas é de shopping, com estacionamento e banheiro, um clássico paulista.
— Já batemos na trave em muitos shoppings no Rio, é um pouco difícil. A gente sempre faz os eventos em shoppings pela comodidade dos pets e tutores, que têm mais facilidade para parar o carro e para usar os banheiros. Nos especializamos em fazer este tipo de corrida em shopping mesmo — conta Alessandro, que tem sete cachorros, entre vira-lata e pastor alemão, mas na casa do sogro — Porque viajo muito, todo o final de semana tem evento. E ele mora em sítio, próximo da cidade de São Paulo. Visito sempre meus cachorros. Agora, minhas filhas estão loucas para terem também e estou segurando um pouco.
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