

O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, apresentou uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) desistindo da disputa jurídica em torno da presidência da entidade, um dos obstáculos legais para a eleição de Samir Xaud, candidato único na eleição convocada na última semana.
No documento, Ednaldo diz que tomou a decisão movido pelo desejo de “restaurar a paz” no futebol brasileiro, além de resgatar a “serenidade de sua própria vida familiar”.
O ex-presidente da CBF afirmou que sua vida tem sido abalada por equívocos públicos e o que chamou de interpretações distorcidas. Ednaldo disse ainda que não está concorrendo nas novas eleições convocadas pelo interventor da confederação, Fernando Sarney, e desejou sorte à nova gestão.
“Este gesto, sereno e consciente, representa o esforço do Peticionário (Ednaldo Rodrigues) em deixar para trás este último ato do litígio, rejeitar narrativas que ferem sua honra e de sua família, e reafirmar, diante dessa Suprema Corte, como sempre fez, seu compromisso com o respeito à Justiça, à verdade dos fatos e à estabilidade institucional da Confederação Brasileira de Futebol”, afirmou.
Na semana passada, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade.
A decisão foi publicada nesta quinta-feira pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, que nomeou o vice Fernando Sarney como interventor e determinou a realização de eleições “o mais rápido possível” para formação de nova diretoria.
Em fevereiro deste ano, o ministro Gilmar Mendes homologou um acordo firmado entre a CBF, cinco dirigentes da entidade e a Federação Mineira de Futebol (FMF) para reconhecer a validade da eleição de Ednaldo. O objetivo era encerrar uma disputa judicial que chegou a afastar o presidente do cargo — ele retornou posteriormente, por decisão de Gilmar.
A decisão da última quinta-feira atendeu a um pedido de Sarney feito ao TJ-RJ no começo da semana. Ele pediu a anulação do acordo; o afastamento de Ednaldo; e sua nomeação como interventor. A solicitação foi motivada por suspeitas de vício de consentimento na assinatura de um dos cartolas, Antônio Carlos Nunes Lima, o Coronel Nunes.
A assinatura de Coronel Nunes já havia motivado pedidos que foram negados por Gilmar na semana passada: um pedido da deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) para que Ednaldo seja afastado do cargo, e outro do próprio Fernando Sarney.
Além de afastar Ednaldo, Zefiro anulou o acordo. Ele fora assinado pelo próprio presidente da CBF, por Rogério Caboclo (ex-mandatário afastado pelo comitê de ética da entidade em 2021), Nunes, Sarney, Castellar Neto, Gustavo Feijó e pela Federação Mineira de Futebol. Todos eles eram parte de um processo que se arrasta desde 2021, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) questionou a Assembleia Geral de 2017 que alterou as regras eleitorais da confederação. Ao longo destes anos, todos questionaram a legitimidade do MP-RJ para atuar na entidade.
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