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Lidar com a frustração é algo essencial em um esporte tão dinâmico como o futebol, o meia-esquerdo Matheus Sávio, de 28 anos, aprendeu isso na prática. “Cria” do Ninho, o jogador teve um início de carreira de pouco brilho e chegou a ser ameaçado por torcedores do Flamengo após erros em jogadas diretas que levaram à classificação da equipe rubro-negra na Copa Libertadores de 2017. No entanto, ao chegar no Japão, em 2019, se tornou um dos nomes mais importantes do futebol local. Contratação de peso do Urawa Reds Diamonds para esta temporada, o jogador enfrentará Inter de Milão, Monterrey-MEX e River Plate-ARG, pelo grupo E do Mundial de Clubes da Fifa.
Melhor meia da temporada de 2023/2024 pelo Kashima Reysol, Sávio surgiu como uma das grandes promessas do Flamengo entre 2015 e 2017, mas com seis gols e duas assistências em 29 partidas, não conseguiu se firmar no elenco. A relação azedou de vez com a torcida após a desclassificação da equipe na fase de grupos da Libertadores com os erros diretos nos dois gols da virada do San Lorenzo.
— Foi um momento muito difícil da minha carreira. Saber lidar com a situação foi muito complicado, principalmente por ter minha mãe, minha esposa e meu pai me ligando e chorando, falando que vazaram os nossos números que estavam nos ameaçando. Isso acabou pesando muito, no campo estamos sujeitos a erros e acertos — disse o jogador ao GLOBO.
Mas ele acredita que a reação negativa da torcida serviu para ajudá-lo a “calejar” a mente e amadurecer para as diferentes situações que acontecem no futebol dentro e fora de campo.
— Isso fez com que eu amadurecesse bastante. Logo após, teve o jogo contra o Atlético Goianiense, onde eu acabei entrando em campo e pude fazer um gol, mesmo sendo muito vaiado. Isso me mostrou que sou capaz mesmo diante da adversidade — diz Sávio.
Nas temporadas seguintes ele chegou a ser emprestado ao CSA e Estoril Praia-POR, mas também não despontou e teve pouca regularidade por conta de sequência de lesões. Em 2019, surgiu a oportunidade de atuar na segunda divisão da liga japonesa, pelo Kashima, por empréstimo.
Diferente dos clube anteriores, ele rapidamente se destacou no futebol local e foi contratado ao fim do empréstimo. No Kashima, o brasileiro se tornou um dos pilares do elenco pelo lado esquerdo e como meia-atacante.
— No primeiro momento eu duvidei de aceitar a proposta para ir ao Japão. Eu estava fazendo uma boa temporada no CSA, onde saí emprestado do Flamengo para ganhar mais minutagem, fui campeão alagoano e ainda peguei o início do campeonato brasileiro. Mas acreditei no projeto mesmo sabendo da segunda divisão. Quando cheguei, me adaptei muito rápido e conseguimos tanto o acesso à primeira divisão, como o título da segunda divisão — diz o jogador.
O camisa oito tem como o diferencial a criação de jogadas, com passes longos e chutes de fora da área. Em 2023 ele foi o jogador que mais criou jogadas perigosas na liga, com 86 lances criados. Além de ajudar no acesso à primeira divisão, ele passou mais cinco temporadas em alto nível, que o levaram a somar 34 gols e 32 assistências em 167 jogos.
A melhora em campo também refletiu no aumento do valor de seu passe para transferência. Ele subiu de 600 mil euros (R$ 3,8 milhões) para 1,3 milhão de euros (R$ 8,2 milhões). Embora não queira fechar as portas para o mercado brasileiro, Sávio diz que não pensa em voltar ao país de origem até que finalize o tempo do seu contrato atual.
— Hoje vivo o melhor momento da minha carreira, profissionalmente, pessoalmente. Estou muito feliz em um país que estou há bastante tempo, super adaptado. Estou no início de um grande projeto e com muitos objetivos a serem cumpridos, mas o futebol brasileiro é algo que acompanho. É uma liga muito forte, muito competitiva. Não posso dizer nunca, futebol é feito de oportunidades, mas no momento estou muito feliz aqui e pretendo cumprir o meu contrato — diz o jogador.
Reencontro com Flamengo
Na virada do ano, o jogador assinou com o Urawa Reds com a expectativa de atuar no mundial, mas também de vencer a liga nacional, título levado pela última vez há 19 anos, quando o ex-centroavante brasileiro Washington “coração valente”, era um dos líderes da equipe.
— Eu fui muito feliz no Kashima e após um longo período tive a oportunidade de vir para o Urawa, que é uma grande equipe e tem a maior torcida do país. E com um grande projeto que incluía um mundial de clubes. Uma competição deste tamanho, ter a oportunidade de jogar contra clubes europeus, sul-americanos, é um desafio grande que aceitei e estou muito feliz neste início. Agora é preparar bem para conseguirmos fazer grandes atuações — diz o meia.
Na temporada de estreia pelo Urawa, ele fez até o momento, 17 partidas, com dois gols e quatro assistências e criou oito lances perigosos. Perguntado a respeito de um reencontro com o Flamengo, em que estreou no futebol profissional, ele comenta que seria uma honra.
— Se no chaveamento acabar encontrando o Flamengo, será uma honra reencontrar o Flamengo. É um clube que tenho muita gratidão, me proporcionou chegar ao profissional e viver grandes momentos. Com toda certeza seria uma honra reencontrar o Flamengo— diz Sávio.
O Urawa vai estrear no Mundial contra o River Plate no dia 17 de junho, às 16h, no estádio Lumen Field, em Seattle.
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