
Franceses vencem Liga dos Campeões

©TM/IMAGO
O PSG é, finalmente, campeão da Europa. Depois de vários anos a investir fortunas em nomes sonantes, a glória chegou quando o clube parisiense trocou o brilho das estrelas pelo valor do coletivo e, sobretudo, pela construção de um projeto mais equilibrado, sustentável e eficaz.
Durante mais de uma década, o clube da capital francesa foi símbolo de um modelo de recrutamento centrado em grandes figuras do futebol mundial. Zlatan Ibrahimović, Neymar, Kylian Mbappé, Sergio Ramos e até Lionel Messi, entre outros, chegaram a Paris como rostos de um projeto ambicioso, mas que se revelou incapaz de traduzir o poderio financeiro em títulos europeus. As campanhas na Champions eram, quase sempre, marcadas por promessas falhadas e eliminações traumáticas.
Mas algo mudou. Nos últimos anos, e especialmente desde a chegada de Luis Enrique ao comando técnico, o PSG redefiniu o seu rumo. Passou a apostar em jovens talentos com margem de crescimento, a contratar com critério e a construir um plantel mais homogéneo, onde a hierarquia não é ditada pelo mediatismo, mas pela complementaridade e pelo compromisso demonstrado pelos jogadores dentro de campo em prol da equipa.
As contratações de jogadores como João Neves, Bradley Barcola, Désiré Doué ou Willian Pacho – só para dar alguns exemplos de futebolistas que chegaram ao clube nas últimas duas temporadas, ou seja, durante a vigência de Luis Enrique – representam exatamente essa viragem. Nenhum desses atletas chegou com o estatuto de superestrela mundial, mas todos eles tornaram-se peças importantes numa equipa que cresceu como um todo. A liderança do técnico espanhol, com um modelo mais flexível e menos dependente das individualidades, foi o catalisador de um grupo mais coeso, competitivo e, acima de tudo, funcional.
O PSG que venceu esta Liga dos Campeões fê-lo com uma identidade mais sólida, menos centrada em egos e mais preocupada com o rendimento coletivo. Deixou de ser um conjunto de nomes e passou a ser uma equipa na verdadeira ascensão da palavra. E foi essa mudança na forma como o clube abordou o mercado e construiu a equipa que acabou por fazer a diferença.
Isso não significa que o emblema gaulês tenha colocado um travão no investimento em reforços; nada disso. Aliás, só em 2024/25, o PSG gastou 239,92 milhões de euros na contratação de novos jogadores, depois de já ter desembolsado uns impressionantes 454,5 milhões de euros na época passada, a primeira com Luis Enrique ao leme – a diferença esteve na forma como se despendeu esse dinheiro. A vitória na final da Champions foi, por isso, a validação de um novo caminho, onde a presença de menos nomes sonantes, substituída por um mercado mais eficaz, foram a chave para alcançar a glória que durante tanto tempo pareceu inalcançável.
Uma final histórica e um forte contingente luso
Nesta final da Liga dos Campeões, disputada em Munique, o PSG goleou o Inter por expressivos 5-0, numa partida de sentido único e na qual, desde cedo, se percebeu quem sairia vencedor. Achraf Hakimi abriu o marcador ainda na primeira parte, Désiré Doué marcou os dois golos seguintes, Khvicha Kvaratskhelia apontou o quarto e ainda houve tempo para Senny Mayulu fazer o gosto ao pé. Este foi, de resto, o resultado mais desequilibrado já verificado em finais da prova da UEFA, que foi conquistada pela segunda vez por uma equipa francesa – até agora, apenas o Marselha havia vencido a Champions, e isto na já longínqua temporada de 1992/93.
Por fim, deixar uma última nota para o facto de o PSG ter alcançado esta proeza com quatro jogadores portugueses no plantel, sendo que todos eles jogaram na final: Vitinha, João Neves, Nuno Mendes, estes na condição de titulares, e ainda Gonçalo Ramos, que saltou do banco de suplentes no segundo tempo.
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