
Logo na segunda partida desta Copa do Mundo de Clubes, boa parte da opinião pública decidiu condenar o nível de discrepância técnica do torneio por conta da goleada de 10 a 0 do Bayern de Munique (Alemanha) sobre o Auckland City (Nova Zelândia). O representante solitário da Oceania é também o único time semiprofissional entre os 32 presentes nos Estados Unidos. Dominante no continente, ele será um “saco de pancadas” natural dentro do grupo C.
A chave ainda conta com Boca Juniors (Argentina) e Benfica (Portugal), que hoje encara o Auckland a partir das 13h (de Brasília). Os dois brigam pelo segundo lugar, e a tendência é que avance quem conseguir vencer os neozelandeses por mais gols.
A simples presença do time expõe a negligência da Fifa com o continente. Hoje, o futebol da Oceania sobrevive com equipes amadoras em meio ao abandono dos times mais fortes e aos desafios logísticos.
Desde 2005, a Federação de Futebol da Austrália decidiu transferir suas seleções e clubes para a estrutura da Ásia. O objetivo era valorizar o futebol local e fugir do baixo nível técnico dos vizinhos. Foi justamente no início deste período que o Auckland City conquistou o primeiro de 13 títulos da Liga dos Campeões da OFC — são quatro consecutivos.
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O futebol da Nova Zelândia tem duas equipes profissionais, que se mudaram para o futebol australiano. Em 2007, o Wellington Phoenix foi criado diretamente dentro do sistema do país vizinho. Teve como melhor campanha o vice-campeonato da temporada regular da A-League em 2023/24. Já o Auckland FC tem pouco mais de um ano, fundado em março de 2024, e sucesso repentino: campeão da temporada regular em sua estreia.
Muitas ilhas e desafios
Na Oceania, os desafios logísticos para emplacar o futebol profissional são muitos. Formado por ilhas e arquipélagos gigantescos, o continente tem nações com disparidades sociais e culturais. A oferta e as condições de transporte também variam entre os países — é maior e mais completa nos destinos mais turísticos. A modalidade ainda enfrenta a concorrência com o rúgbi, mais popular e estruturado.
Pensando em todos esses desafios, a OFC trabalha, junto às 13 associações-membros, na construção da Liga Profissional da Oceania. A ideia é construir uma associação com oito equipes licenciadas e com sustentabilidade financeira e esportiva comprovada. Um processo de associação foi aberto em janeiro. A federação prevê para setembro a divulgação da lista de aprovados e 2026 é o ano previsto para o início da disputa.
A liga, que a OFC planeja utilizar como classificatória para a Copa do Mundo de Clubes e para a Copa Intercontinental, atraiu interesse até dos clubes profissionais neozelandeses. Segundo a imprensa do continente, o Auckland FC foi um deles, dada a impossibilidade de times não australianos garantirem vaga nos torneios mundiais via A-League. Equipes australianas de fora da A-League também estão entre as interessadas.
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Segundo o último comunicado da confederação, 24 clubes mostraram interesse e 13 foram selecionados numa pré-lista: quatro da Nova Zelândia, dois da Austrália, dois de Fiji, dois da Papua Nova-Guiné, um das Ilhas Salomão, um de Vanuatu e um do Taiti.
Este último país, a principal ilha da Polinésia Francesa, viveu uma experiência oposta há 13 anos, quando sua seleção se tornou a única a quebrar a hegemonia Austrália-Nova Zelândia e levar o título da Copa das Nações da OFC. Porém, ao disputar a Copa das Confederações no Brasil, em 2013, o placar maldito apareceu no jogo contra a Espanha: 10 a 0.
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