
Adversários de amanhã pela Copa do Mundo de Clubes, Botafogo e PSG nutrem uma “rivalidade” fora de campo. Não exatamente por conta das equipes, mas sim pelos seus dirigentes. Na França, John Textor, dono da SAF alvinegra e do Lyon, vem protagonizando uma briga pública contra o catari Nasser Al-Khelaifi, presidente do Paris Saint-Germain, por causa dos direitos de transmissão da Ligue 1.
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Além de comandar o PSG, atual campeão da Liga dos Campeões, Khelaifi é proprietário do BeIN Media Group, do Catar, que detém, ao lado da DAZN, os direitos da primeira divisão local. No ano passado, as empresas assinaram um contrato de 700 milhões de euros, um valor abaixo da meta inicial da liga, de vender o pacote por 1,1 bilhão de euros — quase R$ 7 bilhões na cotação atual.
Em julho de 2024, ao fim das negociações, Textor e Khelaifi discutiram durante uma reunião com dirigentes de diversos clubes da França. O jornal L’Équipe teve acesso a um áudio do encontro, que mostra o americano reclamando que outros cartolas deveriam ter direito a opinar sobre as tratativas e chamando o catari de “tirano”. O presidente do PSG retrucou.
— John, cala a boca, você não entende nada. Você é um caubói que veio não sei de onde e vem falar conosco — disparou o catari para o dono do Botafogo e de 77,49% do Lyon.
Antes mesmo de os áudios virem à tona, Textor já havia provocado Khelaifi publicamente. Em dezembro, ele postou uma montagem na qual aparecia segurando a taça da Libertadores, com o print de uma mensagem no WhatsApp, em inglês, que dizia: “Você não entende nada de futebol e é uma perda de tempo falar com você. E você vai perder onde quer que esteja”.
Não havia menção sobre quem era o autor da frase, mas a mídia francesa desvendou o mistério, citando o presidente do PSG. Logo depois, em janeiro, Textor afirmou que não negociaria dois jogadores do Lyon, Rayan Cherki e Malick Fofana, com o PSG.
— Não quero vender um jogador desta qualidade a Nasser. É óbvio que a nossa relação já não é a mesma — disse o empresário à época.
Em fevereiro, já após o bate-boca com o catari na reunião de dirigentes ser revelado, Textor apareceu no Parque Olímpico, estádio do Lyon, com um chapéu típico de caubói. A performance se deu antes do duelo contra o PSG, aumentando a tensão entre os dois.
Especialista em marketing esportivo e dono da agência CTRL, o francês Gianluca Pesapane pontua que a intenção de Textor, ao chegar ao Lyon, era fundar um canal de televisão para transmitir a Ligue 1. Uma alternativa seria vender os direitos para a Netflix.
— Desde que chegou, Textor tem aquele perfil de executivo americano que gostaria de liderar os acordos comerciais da liga por achar que os dirigentes daqui não entendem nada de negócios e entretenimento — diz Pesapane.
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‘Foi uma catástrofe’
Por outro lado, Khelaifi estava em uma posição privilegiada, avalia Pesapane, pelo poder de influência sobre vários clubes e por ser o dono da BeIn. Seu argumento é que a compra dos direitos de transmissão pela empresa catari ajudaria a liga:
— O problema é que a venda dos direitos foi uma catástrofe, porque negociaram por um valor baixo, e aí veio a briga.
Em maio, porém, houve uma trégua entre os dois, após Textor ter sido convidado por Al-Khelaifi para assistir à semifinal da Liga dos Campeões no camarote do PSG.
“Em momentos como este, trabalharemos juntos. Então, deixei o chapéu de caubói em Lyon. Esta noite, eu torço pela França”, publicou o dono do Botafogo no mês passado.
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