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Há jogos que têm o desfecho esperado, mas construído pelos caminhos mais improváveis. A virada do Fluminense sobre o Ulsan foi um jogo em que campo e placar raramente dialogaram. O roteiro do jogo era um, a marcha dos gols era outra.
Havia um consenso de que o tricolor só perderia para um time como o Ulsan se jogasse muito mal. Pois fez um bom primeiro tempo e foi para o intervalo perdendo, após ver dois erros individuais serem punidos com gols. Voltou para o segundo tempo com uma alteração que não funcionou. Perdeu forma, ordem, ficou menos criativo e muito exposto aos contragolpes. Nenhum deles terminou em novo gol do Ulsan, mas foi neste segundo tempo mais entregue às individualidades e ao ímpeto do que à organização, que o Fluminense achou a virada. De todo modo, quando passou à frente no placar no agônico gol de Freytes a sete minutos do fim, o tricolor empurrara os coreanos para trás. A pressão era enorme.
Havia um plano no primeiro tempo: acumular jogadores pelo lado esquerdo do ataque, juntando por ali Arias, Ganso, Martinelli, Fuentes… A ideia parecia ser atrair um dos homens da linha defensiva do Ulsan e usar as corridas em profundidade de Serna. O lance se desenhou várias vezes, o Fluminense criou chances. Mas neste jogo quase sempre do avesso, foi abrir o placar ao ganhar uma bola no campo de ataque sem sequer pressionar. De falta, Árias fez um golaço.
Sem permitir quase nada ao Ulsan, o tricolor viu um passe errado de Ganso virar contragolpe, indecisão de Freytes e erro de Fábio. O empate saído do nada foi o bastante para o time sentir os nervos, e Freytes errar de novo no 2 a 1 dos coreanos. O placar não contava o jogo.
No intervalo, Renato decidiu tirar Ganso, pivô de um justo debate sobre sua capacidade de manter o time competitivo. No entanto, a decisão de colocar Everaldo junto a Cano esvaziou o centro do campo. O Fluminense passou a depender de enviar bolas para as pontas, acelerar ataques. E, com isso, cedia contragolpes com sua defesa exposta, a ponto de Fábio quase cometer um pênalti. A sensação era de descontrole.
As novas mexidas de Renato não mudaram o desenho do time, mas levaram a campo nomes que mudariam o jogo. Nonato ganhava seguidas bolas no meio, enquanto Keno concentrava quase todo o jogo do lado esquerdo. Não era um Fluminense criativo, organizado para atacar. Mas era impetuoso e fazia o jogo acontecer no campo de ataque. Foi num cruzamento de Keno que Nonato empatou, e após um escanteio, fruto do grande volume, que Freytes virou. Este jogo de roteiro tão peculiar deu ao zagueiro a chance da redenção.
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