Com termômetro acima do 40°C, calor intenso é protagonista da Copa do Mundo de Clubes

Mesmo à noite, os termômetros raramente caem abaixo de 30°C em cidades como Miami e Orlando, a que se soma à alta umidade. Em Charlotte, a temperatura chegou a atingir 40°C na tarde desta terça-feira, durante a partida entre Benfica e Bayern de Munique (1 a 0).

Picos de até 42°C

Após meia hora, o jogador argentino do Benfica Gianluca Prestianni teve que ficar deitado no chão por vários minutos, exausto e atordoado. Após se refrescar com uma bolsa de gelo, o jogador conseguiu continuar, embora tenha sido substituído no segundo tempo. Incapazes de descartar a possibilidade de um jogador desmaiar, vários clubes tomaram medidas para limitar os danos.

Borussia Dortmund e Bayern de Munique, por exemplo, decidiram que os jogadores reservas assistissem ao primeiro tempo de suas partidas contra o Benfica e o Mamelodi Sundowns, da África do Sul, dentro do vestiário para protegê-los do sol escaldante em Charlotte e Cincinnati, conforme relatado em suas redes sociais.

Enzo Maresca, técnico italiano do Chelsea, da Inglaterra, encurtou o treino de sua equipe na segunda-feira na Filadélfia, onde a prefeitura havia declarado estado de emergência sanitária na cidade devido à previsão de temperaturas de até 42°C, que acabou ficando “apenas” em 38°C.

Uma prévia quente de 2026

Desde o início do torneio, a Fifa impôs pausas para hidratação no meio de cada período, permitindo que jogadores e árbitros se refrescassem e recuperassem o fôlego. Questionada pela AFP, a entidade garantiu que a saúde dos jogadores é uma “prioridade” e lembrou que as equipes “podem fazer uma substituição adicional” às cinco permitidas em caso de prorrogação.

Além disso, afirmou que todos os clubes “têm um intervalo mínimo de três dias entre duas partidas para facilitar a recuperação” de seus jogadores. Assim como outras equipes, o Dortmund está impondo medidas adicionais para combater a umidade e o calor sufocante.

“Nossa equipe médica está cuidando dos jogadores. Temos toalhas muito frias que colocamos em baldes de gelo. Os jogadores também precisam resfriar as pernas e os pés em água fria e com banhos de gelo”, explicou o técnico Niko Kovac.

Para o técnico, o calor, inclusive, terá impacto direto no resultado do torneio: “Acho que não será o melhor time que vencerá, mas sim o que melhor se adaptar a essas condições.” Os europeus não são os únicos a sofrer com as altas temperaturas. Mais acostumado ao calor como técnico do Fluminense no Rio de Janeiro, Renato Portaluppi alertou que o calor é um “ponto crucial” do torneio da FIFA reformulado.

“O calor aqui é quase insuportável. O time que tiver mais posse de bola pode ter certeza de que se desgastará menos”, disse ele antes de enfrentar o Mamelodi Sundowns, em Miami, nesta quarta-feira.

A experiência dos jogadores do torneio parece ser uma prévia do que aguarda as 48 seleções que disputarão a Copa do Mundo, co-sediada por Estados Unidos, México e Canadá, daqui a um ano.

Episódios mais frequentes e intensos

Um estudo recente publicado pelo International Journal of Biometeorology alertou jogadores e espectadores sobre os riscos da exposição a temperaturas extremas, que estão se tornando “mais frequentes e intensas” devido às mudanças climáticas.