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Com uma hora de bola rolando pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, os treinadores de Botafogo e Palmeiras resolveram começar outro jogo. Renato Paiva, que mantivera os três volantes usados contra adversários europeus na primeira fase (trocando apenas o suspenso Gregore por Danilo Barbosa), usou a recorrente entrada de Montoro para posicionar seu time mais à frente, no 4-2-3-1 que os alvinegros se acostumaram a ver em 2024. Abel Ferreira, que apostara na mobilidade de Allan, usou a recorrente entrada de Paulinho para tirar não só esse jovem, mas outros muito mais badalados: Vitor Roque e, para surpresa geral, Estêvão, cuja declaração sobre perda de foco na competição gerou reação negativa entre os alviverdes. Uma dessas mudanças seria decisiva.
Falando agora parece coisa de engenheiro de obra pronta, mas juro que tive essa impressão na hora: ambos estavam se preparando para a prorrogação. Sob o sol do meio-dia — uma condição em que jogos de futebol não deveriam ser disputados, especialmente no verão —, o primeiro tempo dera poucos indícios de que alguém conseguiria tirar o zero do placar. Botafogo e Palmeiras entraram em campo com a tensão da rivalidade construída nas últimas temporadas, e jogadores de ambos os lados, mesmo depois de três partidas disputadas na Copa do Mundo, pareciam acreditar que encontrariam na Filadélfia uma arbitragem brasileira. Cada time reclamou de um pênalti não marcado e foi para o intervalo com um zagueiro suspenso em caso de classificação: Alexander Barboza, amarelado logo no início, e Gustavo Gómez.
É verdade que nos 15 minutos antes das substituições o Palmeiras já tinha tentado mudar esse cenário. John trabalhou mais no começo do segundo tempo do que nos confrontos com PSG e Atlético de Madrid. E, curiosamente, quem mais parecia perto de fazer a diferença era Estêvão, que chegou a marcar o gol que o livraria da cruel alcunha de “Cuiabá Man” — criada nas redes sociais para debochar de seu histórico de goleador contra clubes pequenos e médios, enquanto nunca marcou contra Botafogo, Flamengo, Corinthians e São Paulo. Mas um impedimento no começo da jogada lhe tirou o protagonismo, que caberia a seu substituto.
Paulinho entrou em campo faltando exatamente os 30 minutos de tempo regulamentar que Abel, em entrevista coletiva durante a Copa do Mundo, revelou ser o limite físico para sua permanência em campo. Depois disso, a fissura na canela começa a doer. Certamente estava doendo aos 9 minutos da prorrogação, quando ele cortou com a direita (a perna machucada) e chutou devagarinho com a esquerda. Fez o gol da classificação e saiu, para ver o resto do jogo com o rosto contrito e esfregando o machucado com a mão. Por causa dele, o jogo contra o Botafogo não foi ainda o da despedida de Estêvão — que fez cara feia ao ser substituído, mas pulou em suas costas para comemorar o lance decisivo.
O Palmeiras ganhou o jogo da segunda hora, contra um Botafogo que mostrou ter poucas opções no banco para mudar a situação — Joaquín Correa não foi o desastre da estreia, mas é difícil saber se Arthur Cabral poderia ter ajudado mais. Abel escreve mais um capítulo de sua história vitoriosa no futebol brasileiro. E a dupla Fla-Flu tem desafios enormes, no domingo e na segunda-feira, para tentar chegar tão longe.
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