
Se o Fluminense foi dominante na estreia contra o Borussia Dortmund-ALE, os jogos contra Ulsan HD-COR e Mamelodi Sundowns-AFS foram suficientes para avançar da primeira fase da Copa do Mundo de Clubes, mas ligaram o sinal de alerta sobre um aspecto que influencia diretamente o desempenho: a concentração.
Desde que o tricolor oscilou de rendimento após surpreender na primeira partida, o técnico Renato Gaúcho ressalta a importância de os jogadores seguirem focados durante os 90 minutos, independentemente do nível de dificuldade do confronto. Nas oitavas de final, o tricolor tem em mente que “não pode piscar os olhos” diante da Inter de Milão-ITA, atual vice-campeã da Champions League, hoje, às 16h (de Brasília), no Bank of America Stadium, em Charlotte-EUA.
— Se você ficar concentrado o tempo todo, vai evitar muito que o adversário entre na partida. Eu conto para os jogadores uma historinha. A maioria aqui é pai de família. Eu pergunto: “Vocês andam no shopping com o filho de um ano e meio, dois anos, e dá as costas para ele?” Ninguém dá. Porque se der, infelizmente alguma coisa vai acontecer. É igual no jogo. Se não tiver focado, alguma coisa ruim vai acontecer — disse Renato Gaúcho, ontem, na coletiva.
Segundo o psicólogo do esporte João Ricardo Cozac, o discurso do treinador reforça justamente a necessidade do tratamento psicológico para uma atenção mais constante, uma vez que “não é algo que se liga ou desliga conforme o peso do adversário”.
— Quando se enfrenta um oponente mais forte ou mais famoso, o cérebro ativa mecanismos mais intensos de vigilância, atenção e foco. A dopamina sobe, a adrenalina prepara o corpo, e o atleta se conecta mais profundamente com a competição. Já contra um adversário tido como “inferior”, o cérebro tende a entrar em modo de economia cognitiva: o foco dispersa, a atenção se acomoda, e o corpo atua num estado mental menos aguçado — analisou.
Em um cenário parecido com o da estreia, o Fluminense tem um leque de motivações para fazer história em meio ao favoritismo da equipe italiana. Diante dos alemães, o time de Renato Gaúcho entrou “ligado nos 220” desde o apito inicial, o que rendeu a melhor atuação tricolor no Mundial até aqui, com o dobro de finalizações na partida (14 a 7). Mas só resolver o problema da concentração não basta.
Everaldo pode começar
Para o jogo de hoje, Everaldo, que perdeu a vaga de titular para Germán Cano, durante do Mundial, tem chance de iniciar a partida. Na contramão das críticas da torcida, o camisa 9 foi elogiado por Renato Gaúcho pela entrega tática. Diante da superioridade técnica da Inter de Milão, essa intensidade no “trabalho sujo” pode fazer com que ele volte a aparecer entre os 11.
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Por outro lado, o excesso de vontade tem ligação com um dos maiores defeitos do Fluminense no torneio até aqui: a pontaria. Inclusive, o treinador lamentou a falta de tranquilidade na hora de finalizar as jogadas no empate com o Borussia Dortmund. Agora nas oitavas, a efetividade torna-se ainda mais importante para bater a Inter, que deve ter mais posse de bola no confronto.
— Muita concentração, quando não regulada, vira ansiedade, o que tira o atleta do presente, desconecta da intuição e trava a performance. O objetivo é alcançar o estado de flow, em que o atleta está tão imerso no agora que ação e consciência se tornam uma coisa só — explicou João Ricardo Cozac.
Thiago Silva e Soteldo
Fora contra o Mamelodi por desconforto muscular na coxa, o zagueiro Thiago Silva treinou normalmente nos últimos dias e está à disposição. Único reforço do Fluminense para a Copa do Mundo de Clubes, Soteldo, recuperou de lesão de grau 2 na coxa esquerda, será relacionado para o jogo.
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Do outro lado, a Inter tem o desfalque do meia Frattesi, machucado. Ele virou o quinto jogador do elenco a deixar os Estados Unidos. Após a vitória por 2 a 0 sobre o River Plate, Calhanoglu, Bisseck, Zielinski e Pavard também retornaram a Milão. Já o atacante Marcus Thuram, de acordo com o treinador Cristian Chivu, deve ser relacionado após lesão na coxa.
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