
Jogar uma Copa do Mundo de Clubes com 32 times no meio ou no fim da temporada é uma situação inédita para qualquer equipe do mundo. Desde que foi confirmada, a relevância esportiva do torneio — para além da financeira — tem sido questionada sob diferentes pontos de vista. Mas dois aspectos dessa discussão são evidentes, e por vezes concretos: a vitrine e a pressão sobre os treinadores.
Dois técnicos foram demitidos dias após a eliminação de suas equipes na competição: Renato Paiva, do Botafogo, e Martín Anselmi, do Porto-POR. O agora ex-comandante do time português, que estava no clube há seis meses, não resistiu a uma campanha sem vitórias — com direito a derrota para o Inter Miami-EUA e empate com o Al-Ahly-EGI.
— Temos o orgulho ferido. Não é a imagem que queremos dar — chegou a dizer após a derrota para o Miami.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/d/Y/fpoIA0StCWFCG6ijKPzg/111516758-fc-portos-argentinian-coach-martin-anselmi-gestures-during-the-fifa-club-world-cup-20.jpg)
Já no caso do ex-técnico alvinegro, que chegou à competição sob desconfiança, mas ganhou uma injeção de moral após a histórica vitória sobre o PSG, pesou, por ironia, o desempenho em um duelo brasileiro — foi demitido um dia depois da eliminação nas oitavas de final para o Palmeiras. Seu trabalho à frente do clube durou apenas quatro meses.
Quem também não saiu bem na fita foram os técnicos dos gigantes argentinos. Eliminados na fase de grupos, Boca Juniors e River Plate foram considerados decepções e jogaram pressão para Miguel Ángel Russo e Marcelo Gallardo, respectivamente. Ambos, ídolos dos clubes.
Prestes a completar um ano da nova passagem após ser multicampeão, Gallardo ainda não conseguiu recolocar o clube nos trilhos, segue fazendo mexidas no elenco e se vê longe dos holofotes que já o colocaram perto do futebol europeu. Já Russo fez sua estreia no Mundial após deixar o San Lorenzo. Os xeneizes até fizeram jogo duro com o Bayern de Munique-ALE e empataram com o Benfica de Bruno Lage — outro que saiu menos prestigiado do que entrou —, mas não conseguiram vencer o frágil Auckland City-NZL.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/Q/r/2iTT1RSW6yIGiP1RYShg/111448509-river-plates-argentine-head-coach-marcelo-gallardo-gestures-during-the-fifa-club-worl.jpg)
Do outro lado do tabuleiro estão técnicos que saem da competição com a moral em alta, como Renato Gaúcho, que comandou o Fluminense na vitória épica por 2 a 0 sobre a Inter de Milão-ITA, nas oitavas de final — a primeira de um clube brasileiro sobre um europeu em mata-mata desde 2012. Ele foi citado em reportagens na imprensa italiana antes e depois da partida.
“O Flu de Renato avançou merecidamente. Um time brasileiro com atitude argentina, agressividade, coragem, maldade e alguma indiferença, mas também organização tática e um senso de equipe”, elogiou a Gazetta dello Sport.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/6/S/hbQRizRPmH6BBhR3QEmQ/111591161-charlotte-north-carolina-june-30-renato-portaluppi-head-coach-of-fluminense-fc-arriv.jpg)
Amanhã, Renato duela com outro técnico que está em alta: semanas depois de ver a mesma Inter que comandava ser goleada na final da Champions League pelo PSG (5 a 0) e trocar o futebol italiano pela liga saudita, conduziu o Al-Hilal na façanha de vencer o poderoso Manchester City, em jogo que terminou em 4 a 3 na prorrogação.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2025/I/T/ohG5luQfyuwHZqG7ZhcQ/111595591-al-hilals-italian-head-coach-simone-inzaghi-talks-to-his-brazilian-midfielder-27-kai-1-.jpg)
A eliminação não abalou Pep Guardiola no City, mas foi o episódio final de sua pior temporada em nove anos à frente do time inglês. Na Inter, por outro lado, o recém-chegado Christian Chivu já sofre com crise no vestiário e ambiente desestabilizado.
This news was originally published on this post .
Be the first to leave a comment