

Se a vitória do Botafogo por 2 a 0 sobre o Carabobo-VEN, ontem, no Nilton Santos, fosse um filme, seu nome poderia ser “A volta dos que não foram”. E Patrick de Paula e Matheus Martins, autores dos gols do alvinegro já no apagar das luzes, seriam os protagonistas. Criticada por parte da torcida nas últimas partidas — principalmente o atacante de 21 anos, que ainda não havia feito uma boa atuação em 2025 —, a dupla recebeu um voto de confiança do técnico Renato Paiva e respondeu da melhor forma possível.
— A torcida tem todo o direito e a legitimidade de criticar, porque eles chegam aqui e querem um espetáculo, que, na cabeça deles é jogarmos bem e ganharmos o jogo. E nós trabalhamos pra isso. Agora, eu tenho uma vantagem em relação à torcida, que é estar no dia-a-dia e saber o que os jogadores podem me dar — valorizou Renato Paiva.
Acionados na segunda etapa, Matheus e Patrick foram os principais responsáveis pelos primeiros pontos conquistados pelo alvinegro na Libertadores — e, de quebra, por aliviar o clima tenso que pairava no estádio.
Dificuldades ofensivas
Por mais que seja o atual campeão, o Botafogo tem encontrado dificuldade para se impor na atual edição da Libertadores. De coincidência entre as duas primeiras partidas está o fato de ter enfrentado equipes inferiores tecnicamente e que, por isso, adotaram posturas mais defensivas.
Ontem, mesmo contra um frágil Carabobo, o time só conseguiu marcar o primeiro gol aos 42 minutos do segundo tempo. Em cobrança de falta da intermediária, Patrick de Paula bateu direto, a bola tomou trajetória estranha e entrou, contando com um golpe de vista equivocado do goleiro.
Antes disso, o que se viu em campo foi um time que, mesmo com os espaços cedidos pelo adversário, não conseguia aproveitá-los. Assim como na derrota para a Universidad de Chile na estreia, o alvinegro voltou a apresentar uma série de erros técnicos, além de falta de criatividade ofensiva. Tal contexto fez com que a equipe começasse a se precipitar e apostasse muito nos cruzamentos. Foram 36, sendo apenas oito corretos.
Dentro desse cenário, Santiago Rodríguez — reforço contratado com grande expectativa — acabou sendo um dos alvos, tendo sido vaiado por parte da torcida ao ser substituído e, como resposta, aplaudido por outra.
— A primeira etapa não foi boa. Não houve paciência em circular a bola. As melhores chances foram circulando a bola do Ponte ao Telles. Como iríamos incomodar o adversário com passes entre meias e zagueiros sem ativar os pontas? Impossível. Fiquei pedindo desesperado para girarem lateral a lateral, pedindo paciência. Não tivemos isso. (Mas) mesmo assim geramos oportunidades e não concretizamos. No segundo tempo, corrigimos. Pedimos paciência sem ser passivo. Porque a circulação estava lenta. Paciência com a bola circulando rápido (e indo) aos extremos. (Assim) abrimos a equipe adversária e eles foram recuando. Muito orgulhoso com meus jogadores, não perderam o rumo do nosso trabalho e entenderam como desmontar um bloco difícil com o tempo — resumiu o treinador.
Menos mal que foi justamente Matheus Martins quem entrou na vaga do uruguaio. Aos 53, dez minutos após Patrick de Paula abrir o placar, o camisa 11 recebeu na área após ótima jogada de Savarino e finalizou forte para dar números finais ao confronto.
Além de celebrar a vitória, a torcida do Botafogo também fez homenagens a Manga. Enquanto os atletas foram a campo com uma lembrança ao ídolo na camisa, torcedores levaram uma faixa ao estádio e cantaram o nome do ex-goleiro antes de a bola rolar.
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