Patriotismo, bateria na torcida e entretenimento: como é um jogo de futebol longe dos holofotes do Mundial de Clubes

VÍDEO: REPÓRTER MOSTRA COMPORTAMENTO DE TORCIDA DENTRO E FORA DO ESTÁDIO

Os “Unions”, como são chamados, representam um torcedor mais raiz ligado ao futebol, apesar da preferência natural pelos Eagles, do futebol americano, ou os Phillies, do beisebol, que jogam nas maiores arenas. Os fãs de futebol, entretanto, não decepcionam, com direito a uma torcida organizada, a “Sons of Ben”, referência a Benjamim Franklin. O grupo canta alto e tem ajuda de uma bateria na arquibancada. Mais afastado do centro, o Subaru Park representa a nova cara da torcida da cidade: jovem, diversa e influenciada por clubes internacionais. A arquibancada é animada, com uma forma de torcer mais festiva, sem perder intensidade e devoção.

Aquecimento

Do lado de fora, um churrasco esquenta o clima futebolístico local. Horas antes do jogo, o aquecimento, conhecido como “tailgate”, reúne famílias, com crianças e idosos, em bancos ao ar livre, com brincadeiras e petiscos variados. Jovens batem bola do lado de fora, onde há pouca movimentação de seguranças. Também não se vê imigrantes, mais entre funcionários do estádio. O programa é extremamente local, traz torcedores de toda cidade, na Pensilvânia, e de New Jersey. O custo além do ingresso para consumo de bebidas e lanches não é barato: cerca de 50 dólares (R$ 277).

Dento do estádio, o patriotismo entra em cena, com direito a hino nacional a capela e palma para a bandeira americana em campo. A exaltação ao clube fundado em 2008 também é uma aula de entretenimento. Com música alta até o apito inicial, a cerimônia pré-jogo é um show à parte. Paraquedas caindo com brindes na arquibancada, telão com promoções e jogos e escalação interativa.

Primeiro, a do time visitante, com um comportamento peculiar. Os fãs dos Unions se viram de costas com o dedo do meio em riste e gritam “sucks” (uma ofensa) a cada nome falado. Na vez dos donos da casa, um clipe animado enumera os atletas com alta produção artística. O mais exaltado é o capitão Alejandro Bedoya, americano de lorigem colombiana, de 38 anos, com 300 jogos pelo clube. A contagem regressiva para o jogo é feita com um bumbo gigante tocado por um ex-jogador do clube homenageado.

Vale o ingresso

A bola rola. E a qualidade do jogo é diferente da do show. Mas a animação do público é contagiada pelas trombadas dos zagueiros, aos gritos de “Union!”. Conteúdos interativos no telão animam o público nas paralisações de escanteio. No gol de Jesus Bueno que abriu o placar, todos de pé e em festa. No intervalo, oferta de apostas por todos os lados em pequenas telas trazidas por funcionários.