
Torcida do Grêmio nas arquibancadas | Foto: Pedro H. Tesch/Getty Images
A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é um modelo de gestão amplamente consolidado em diversos países, especialmente na Europa. No Brasil, a transformação de clubes em empresas é uma alternativa relativamente recente, mas que tem ganhado força ao longo dos últimos anos. Por ainda ser considerada uma novidade no cenário nacional, o tema desperta debates, opiniões divergentes e, em muitos casos, resistência por parte dos torcedores.
Para compreender melhor o cenário atual, o Globo Esporte encomendou uma pesquisa ao instituto AtlasIntel com o objetivo de conhecer a opinião dos torcedores sobre a transformação de seus clubes em SAFs. A pesquisa também buscou identificar, na visão dos torcedores, quais seriam as principais vantagens e desvantagens desse modelo.
O questionamento central da pesquisa buscava responder de forma direta se os respectivos clubes dos torcedores deveriam se tornar uma SAF. Os participantes tinham três opções de resposta: sim, não ou não sei. Ao final do levantamento, entre os gremistas, 48% responderam sim, 28% escolheram não sei e 25% optaram por não.
Comparado ao rival Internacional, os tricolores demonstraram estar mais propícios a aceitar a SAF. Apenas 34% dos colorados votaram na opção “sim”. “O Grêmio, comparado ao Inter, tem esse assunto mais maduro com a torcida. São 13 pontos percentuais mais favoráveis à SAF do que o Inter”, disse o diretor de políticas públicas do AtlasIntel, Marcelo Rotenberg.
Vantagens e desvantagens foram avaliadas de maneira geral
A pesquisa entrevistou torcedores para identificar quais seriam os pontos positivos e negativos das SAFs já existentes e dos clubes que ainda consideram adotar esse modelo.
Entre as vantagens analisadas estavam melhorias na governança, dinheiro para contratações, planejamento de longo prazo, pagamento de dívidas, investimento em centros de treinamentos e estádio, além do fortalecimento da marca. Dentre esses aspectos, os mais apontados como potenciais benefícios foram as melhorias na governança, mencionadas por 26% dos participantes, e o aumento de recursos para contratações, citado por 25%.
Por outro lado, os torcedores também foram questionados sobre as possíveis desvantagens da adoção do modelo SAF. Foram avaliados itens como perda de identidade, foco excessivo em lucros, prioridade para interesses externos, risco de falência e perda de controle dos sócios e da torcida. Entre esses, a perda de identidade foi a principal preocupação, com 31% das respostas.
Metodologia adotada para a pesquisa
Para o levantamento desses dados, 2.069 pessoas foram entrevistadas pela internet entre os dias 20 e 25 de junho, em 619 municípios de todo o país. A pesquisa registrou respostas de torcedores de 17 dos 20 clubes da Série A do Brasileirão. Red Bull Bragantino, Mirassol e Juventude não tiveram representantes.
Números divide opiniões entre os gremistas
A repercussão dos dados entre os torcedores do Grêmio tem gerado divergência de opiniões. Alguns estão demonstrando que gostariam do modelo empresa na administração, outros refutaram os números e apoiaram a continuidade do formato atual, argumentando que o clube não precisa de uma SAF para competir bem.
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