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A Justiça Eleitoral de Roraima suspendeu na noite desta quinta-feira a investigação contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Samir Xaud, por suposto envolvimento no crime de compra de votos em Roraima. O desembargador Jésus Nascimento entendeu que não há “elementos concretos” que o relacionem ao esquema. Com isso, também foi anulado o mandado de busca e apreensão cumprido contra ele na última quarta-feira.
“Verifica-se que a narrativa policial, ao menos por ora, NÃO APRESENTA ELEMENTOS CONCRETOS capazes de demonstrar sua adesão consciente e voluntária à organização criminosa ou participação efetiva na prática dos delitos de captação ilícita de sufrágio ou conexos. A simples citação de seus nomes em conversas ou vínculos funcionais não constitui, por si só, base suficiente para justificar medida de natureza invasiva e excepcional como a busca domiciliar”, escreveu o desembargador.
A medida liminar atende a um pedido de habeas corpus protocolado pela defesa de Xaud no qual ele alegou ter sofrido “constrangimento ilegal”. Na última quarta, agentes da PF chegaram a vasculhar a sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Em nota enviada pela CBF, Xaud afirmou que seguirá “trabalhando com foco, fé e honestidade em prol do futebol brasileiro”.
“Sei de onde eu vim, sei quem eu sou e mantive a tranquilidade nos últimos dias, apesar da injustiça cometida e da grave exposição negativa da minha imagem”, diz o texto.
Apesar de não ver suspeitas concretas contra o presidente da CBF, o desembargador escreveu que há indícios de “envolvimento direto e relevante” da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR)) e do seu marido, o empresário Renildo Lima. Em setembro de 2024, Lima foi preso em flagrante com R$ 500 mil em dinheiro vivo. Parte do montante estava escondido em sua cueca. A PF efetuou a detenção após receber uma denúncia por suspeita de compra de votos nas eleições municipais de Roraima. Essa prisão foi o ponto de partida da Operação Caixa Preta, deflagrada nesta semana.
Em nota, a deputada disse que foi “surpreendida com a notícia” da Operação.”Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem”, diz o texto.
Comandado por Lima, o grupo Asatur informou que “está adotando todas as medidas judiciais necessárias para afastar as medidas cautelares arbitrariamente deferidas” e segue com as suas atividades “normalmente”.
O empresário é dono da empresa de ônibus Asatur e da companhia de táxi aéreo Voare, que tem contratos com o governo federal por realizar voos frequentes à Terra Indígena Yanomami.
Helena da Asatur, Renildo Lima e Samir Xaud fazem parte do mesmo grupo político em Roraima. O presidente da CBF chegou a se candidatar a deputado federal pelo MDB em 2022, mas não conseguiu se eleger após receber 4,8 mil votos.
Em um áudio interceptado pela PF, o empresário chega a comentar sobre a força política de Xaud. “Agora nós estamos mais fortes, graças a Deus, porque
eu e Helena tivemos o cuidado de colocar nas superintendências políticos que já foram testados nas urnas e bem votados, por exemplo, o Samir teve 5000 votos, então o pedido dele, pelo menos 500 ele consegue”, diz a mensagem.
Este áudio baseou parte da decisão inicial da Justiça Eleitoral de deferir mandados de busca e apreensão contra o presidente da CBF. Na ocasião, o juízo da 5ª Zona Eleitoral de Roraima afirmou que o áudio apontava que Xaud “teria sido nomeado sido nomeado estrategicamente a cargo de direção, sendo utilizado para captação de votos em benefício do grupo”.
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