
Após o empate em 0 a 0 com o Corinthians na final do Paulista, que decretou o vice-campeonato, quinta-feira, o Palmeiras reajusta a rota para tentar recuperar o desempenho de outros tempos. Desde que Abel Ferreira assumiu o comando, em 2020, o alviverde tem sido a equipe mais regular do futebol brasileiro. No período, foram dez títulos e 14 finais disputadas, consolidando o clube como um dos mais consistentes do país.
No entanto, desde 2024, o cenário mudou. O rendimento em campo já não é o mesmo, e a pressão da torcida aumentou após a perda do Brasileiro para o Botafogo, quando o time dependia apenas de suas próprias forças para conquistar o título. Parte dos torcedores atribui a responsabilidade pelo momento ao técnico português, acusado de acomodação após tantos sucessos, e à presidente Leila Pereira, pela ausência de reforços de peso no elenco.
Na opinião do comentarista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, a fase difícil se explica pela renovação do grupo de jogadores, que não são os mesmos da era vitoriosa dos últimos anos. Para ele, a “mudança de equipe” é fundamental para que o Palmeiras possa continuar vencendo, porém essa reformulação demandará tempo. Além disso, ele acredita que os reforços que chegaram para a temporada elevam o nível do elenco em relação ao ano anterior.
– O time que jogou a final do Paulista tinha quatro jogadores que não existiam no grupo em fevereiro. Não acho que se tenha elementos para dizer que o trabalho do Abel se encontra sem saídas, mas vejo que, neste momento, existe um processo de montagem e implementação de um novo modelo, uma espécie de “troca de guarda”, e esse é um processo necessário para voltar ao nível de antes – opina PVC.
Em 2025, o Palmeiras contratou seis nomes: Emiliano Martínez, Micael, Bruno Fuchs, Lucas Evangelista, Vitor Roque e Paulinho. Este último, um dos reforços mais badalados da janela, ainda não estreou devido a uma fratura por estresse na tíbia da perna direita. Por outro lado, o alviverde perdeu dez atletas: Vitor Reis, Michel, Zé Rafael, Gabriel Menino, Atuesta, Dudu, Lázaro, Rony, Rômulo e Caio Paulista. O clube foi o que mais investiu na janela, com um total de R$ 417 milhões.
Relação com a diretoria
Outro ponto de discussão é a atuação da diretoria, especialmente da presidente Leila Pereira, que enfrenta críticas de parte da torcida. Para alguns, essa insatisfação se reflete diretamente no desempenho do time. No entanto, o comentarista da TNT Sports, Mauro Beting, discorda dessa visão e destaca a boa relação entre a cúpula do Palmeiras e o treinador.
– Abel tem uma enorme gratidão por Leila e Anderson Barros. Em 2021, após a eliminação para o CRB na Copa do Brasil, a pressão foi muito maior, mas a diretoria manteve o técnico no cargo. Essa insatisfação da torcida não afeta diretamente o desempenho da equipe. O que acontece agora é algo natural, considerando que ele está há quase cinco anos no clube e acumulou inúmeros títulos. Essa longevidade é rara no futebol brasileiro – analisa Beting.
Próximos desafios
O Palmeiras ainda disputa este ano o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Libertadores e o Mundial de Clubes. Internamente, a possibilidade de demissão de Abel Ferreira é descartada. Uma saída só ocorreria caso o próprio treinador decidisse deixar o cargo, algo considerado improvável.
– Acredito que o segundo semestre será diferente. O Palmeiras tem um elenco equilibrado e capacidade para brigar por títulos em todas as competições – conclui Beting.
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