
Renato Gaúcho não quis inventar desculpas após a derrota do Fluminense para o Botafogo por 2 a 0, em atuação apática no Nilton Santos. Apesar de não faltar críticas contra elementos do jogo, como o gramado sintético do estádio ou um pênalti não marcado em Jhon Arias no final da partida, o treinador admitiu que sua equipe apenas assistiu ao rival jogar.
— A gente não fez um bom primeiro tempo. Praticamente assistiu ao Botafogo jogar. No segundo tempo, nós melhoramos um pouquinho, mas não foi o suficiente para empatar ou mesmo virar a partida. Então, o Botafogo, pelo que ele fez durante os 90 minutos, mereceu a vitória. Assistimos ao time do Botafogo. Tem jogadores muito rápidos, atacam espaço o tempo todo. Eu havia alertado minha equipe, treinamos. Só que toda vez que a gente tentava um ataque, o Botafogo matava a jogada. Toda vez que o Botafogo atacava, a gente marcava de longe. E aí o Botafogo começou a se aproveitar, começou a criar, fez um gol. Infelizmente, nós sofremos dois gols hoje por falhas nossas. O Botafogo esteve melhor no primeiro tempo, no segundo tempo, mudei. Nós melhoramos um pouquinho, mas mesmo assim não foi o suficiente — disse Renato na coletiva.
Mesmo assim, o treinador tricolor criticou fortemente a grama sintética após a derrota na casa alvinegra, a oitava seguida do clube no clássico. Renato afirmou que os clubes que optam por esse piso querem “ganhar dinheiro” e “fazer show”, e pouco se preocupam com os jogadores.
— A grama sintética é ruim para todo mundo. Mesmo para um time que joga nela e está acostumado, é ruim. O jogador não consegue desenvolver o futebol normalmente em uma grama sintética. Eu acho que cada presidente de cada clube tem direito de fazer o que bem entender. Na minha opinião… eu joguei durante 20 anos e estou há 40 anos no futebol… é simplesmente para o clube ganhar dinheiro. Para poupar dinheiro na manutenção do campo da grama. Para fazer show. Não desgasta o campo e entra dinheiro nos cofres. Dane-se o jogador. Essa que é a realidade — disparou Renato.
— Eu, como ex-jogador, sou totalmente contra a grama sintética, em todos os sentidos. O clube contrata um jogador por 10, 15 milhões de dólares, de euros, aí bota na grama sintética. O jogador estoura o joelho, o tornozelo, um tendão, o que é muito fácil na grama sintética… O cara ganha bem mensalmente e estoura. As pessoas que opinam é justamente por isso, e porque nunca jogaram futebol. Você não pode opinar em uma coisa que você nunca esteve lá dentro, mas são as pessoas que têm a caneta do clube. Infelizmente, é lamentável, e eu vejo cada vez mais clubes colocando a grama sintética. Até eles perderem… a gente torce para que não aconteça… um jogador caríssimo — finalizou.
Com a derrota para o Botafogo, o Fluminense parou nos dez pontos e caiu para quarto no Brasileirão. No meio de semana, disputa o jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. O tricolor recebe a Aparecidense (GO), às 21h30 da terça-feira, no Maracanã.
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